Origem do Akita Inu Tigrado
Conta-se que por volta do final da era Togukawa (ano 1800) e
após a restauração da era Meiji (que se finalizou no ano 1868) eram poucos os
Akitas tigrados.
Era comum nesta época conturbada do Império japonês as
pessoas terem cães. Foi uma época de muita luta, conflitos, mortes e escassez
de tudo. O Akita ou Matagi-Inu era então utilizado para rinha, caça e companhia
da família, e a partir daí era necessário pensar em uma raça de guarda, pois a
defesa se fazia necessária em tempos tão violentos.
Desta época surgiu o desenvolvimento da raça Akita como a conhecemos
hoje, ou seja, uma raça de grande porte e que consegue fazer a função de guarda
mesmo sem ser especifico para este fim, bem como de suas cores, onde entra a
história sobre a cor tigrada.
Da linha de criação dos tigrados da família Benzousama, conta-se
que foi reservado um belo macho tigrado para presentear o Shogun e sua família,
nascido de uma ninhada de seis filhotes, sendo o mais belo, ativo e negro desta
ninhada, para que este macho tivesse destaque nas rinhas ao ser visto e assim
trouxesse fama e fortuna ao seu criador. Seu nome era Kurai Go Benzousama.
O Shogun era descendente do clã dos Satake, uma família que
dominava aquela época com mãos de ferro e ditava a vida e morte de seus
súditos, bem como as leis do país com veemência e força. O Shogun ficou tão
feliz com o presente que nomeou Kurai o seu cão principal e ordenou que ele
fosse treinado e cuidado como se fosse seu filho único.
Dois anos e meio depois Kurai era grande e forte, realmente
um belo animal em todo o seu esplendor. Já era detentor de muitas vitórias em
rinhas e desfiles promovidos pelo império e certa tarde quando Shogun e sua
esposa passeavam com Kurai próximo as muralhas de seu castelo, ao se aproximar
do canil imperial, dois de seus cães de rinha escaparam dos tratadores e
partiram em direção ao Shogun e a sua esposa que estava à espera do segundo
filho.
A esposa do Shogun ao dar um passo atrás para se defender
caiu e ficou à mercê dos cães e Shogun desarmado ficou sem ação quando Kurai
partiu para cima dos dois cães com unhas e dentes na defesa do casal. A luta
foi feroz e nem os tratadores de Kurai conseguiram apartar os cães, ficando bem
feridos na tentativa de deter a luta. Após muita luta Kurai matou um dos cães que
era enorme e da pelagem branca. E feriu o suficiente um grande Akita vermelho,
ficando ele também muito machucado e sangrando, mas tendo cumprido o seu papel
e salvo o casal.
O Shogun determinou que Kurai fosse limpo, tratado e
medicado, e que tivesse toda atenção dos tratadores até estar totalmente
recuperado. E que fosse apresentado na sala do trono do Shogun. Em um belo
domingo de primavera Kurai, já recuperado e com todo o seu esplendor e
vestimenta de rinha com detalhes em ouro e pedras, foi levado a sala do trono
do Shogun, seu dono, sendo apresentado como um herói.
Imensamente feliz com a recuperação de seu cão, Shogun
determinou, que daquele dia em diante, somente os lordes, ministros, e pessoas
de alto escalão de comércio, literatura ou política do Shogunato poderiam ter
cães tigrados por acreditar que cães desta cor seriam especiais. Depositando no
Akita tigrado a sorte de estar vivo, bem como sua esposa e seu segundo filho. A
partir de então o Akita tigrado mudou de patamar, tornando-se o Cão da Casa do
Shogun e sendo tratado apenas pelos criadores autorizados por ele.